Ensaios de
política de extensão universitária
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Capítulo 1
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NOGUEIRA,
Maria das Dores Pimentel. Políticas de extensão universitária brasileira. 1
ed. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2005.
A extensão universitária surgiu na
Inglaterra, no século XIX, com uma nova idéia de educação continuada, destinada à população adulta em geral que
não estava na universidade. É através desse modelo europeu que o Brasil
inicia essa atividade universitária, onde a antiga Universidade de São Paulo
é apontada como a primeira instituição de ensino superior no país a
desenvolver atividades de extensão. Nessa época de início no Brasil, as
camadas populares praticamente ignoraram as atividades desenvolvidas na
Universidade Popular, pois os temas abordados não eram de interesse da massa.
A extensão universitária nos EUA
também influenciou as ações extensionistas das universidades brasileiras, na
qual as influências inglesas foram os cursos, e a influência americana foi a
prestação de serviços. O objetivo da extensão universitária no Brasil era o
de difundir o conhecimento da universidade para a sociedade, para aquelas
pessoas que não tinham acesso a ela, através de cursos e conferências com
este objetivo. Pouco tempo depois da publicação do Decreto do Estatuto das Universidades Brasileiras, em 1931,
várias instituições de ensino superior são criadas. Porém, essas atividades
ficavam isoladas e dependentes do ensino e da pesquisa, limitando-se a
divulgação de pesquisas direcionadas para uma camada privilegiada da
população.
É no início da década de 1960 que
percebemos uma primeira mudança nessa concepção. É quando aparecem ações de
compromisso com as classes populares, com a intencionalidade de
conscientizá-los sobre seus direitos. Surge a preocupação quanto à integração
com órgãos governamentais, quanto à necessidade da interdisciplinaridade e
quanto às possibilidades de o trabalho extensionista ser computado como
estágio curricular, durante o período de férias.
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Palavras-chave: extensão universitária, modelo
europeu, influência americana, camadas populares, interdisciplinaridade.
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Biblioteca FITS
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O Plano de
Trabalho de Extensão Universitária
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Capítulo 2
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NOGUEIRA,
Maria das Dores Pimentel. Políticas de extensão universitária brasileira. 1
ed. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2005.
O CRUB, insatisfeito com o andamento
da extensão universitária brasileira, após estudar dois novos programas –
CRUTAC e Projeto Rondon – e identificar seus pontos comuns e diferentes,
apresenta uma proposta de operacionalização da extensão universitária, que
consistia basicamente na criação de uma Coordenação Nacional de Extensão
Universitária, vinculada ao MEC, e uma Coordenação Nacional de
Desenvolvimento, vinculada ao MINTER. Assim, à primeira coordenação cabia
propor a política de extensão universitária nacional, traçando normas e diretrizes
e acompanhando a execução dos trabalhos nas instituições. À segunda, cabia
propor a política de desenvolvimento relacionada à extensão universitária e
igualmente traçar normas, diretrizes e acompanhar os trabalhos. É então
criada uma Coordenação de Atividades de Extensão – CODAE.
Em abril de 1975, o MEC divulga o
Plano de Trabalho de Extensão Universitária, que contém dois elementos novos:
a idéia de relação entre a extensão, o ensino e a pesquisa, e a idéia de
comunicação entre universidades e sociedade, não mais no sentido de
transmissão de conhecimento, mas de interlocução.
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Palavras-chave: extensão universitária brasileira,
CRUTAC, Projeto Rondon, MEC, CODAE, Plano de Trabalho de Extensão
Universitária
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Biblioteca FITS
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Programa de
fomento à extensão universitária - PROEXTE
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Capítulo 3
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NOGUEIRA,
Maria das Dores Pimentel. Políticas de extensão universitária brasileira. 1
ed. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2005.
O Fórum de Pró-Reitores de Extensão
das Universidades Públicas Brasileiras atuou na elaboração de duas políticas
de extensão universitária, o Programa de Fomento à Extensão Universitária –
PROEXTE e o Plano Nacional de Extensão Universitária, respectivamente em 1993
e em 1998. O PROEXTE apresenta-se como a prática acadêmica que interliga as
ações de ensino e pesquisa com as demandas da sociedade, contribuindo para o
compromisso universitário de transformação da sociedade. O programa considera
que a extensão universitária deve ser desenvolvida sob a forma de programas,
projetos e eventos, a partir dos órgãos acadêmicos das IES, através de ações
sistematizadas, criando espaços para a divulgação, aplicação e
desenvolvimento de pesquisas. A interdisciplinaridade é uma meta a ser buscada,
considerando que ação extensionista relaciona-se com a realidade como um todo,
facilitando o trabalho interdisciplinar.
A extensão visa interligar as
atividades de ensino e pesquisa com as demandas da sociedade e assegurar o
compromisso social da Universidade, através do comprometimento da comunidade
universitária com os interesses e necessidades da sociedade organizada
(sindicatos, órgãos públicos, categorias profissionais, organizações
populares etc.). Essas atividades devem ser entendidas como iniciativas de
caráter educativo, cultural, científico ou tecnológico, a exemplo de: cursos,
fóruns, congressos, seminários, prestação de serviços e outros.
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Palavras-chave: PROEXTE, interdisciplinaridade,
transformação da sociedade, compromisso social, ensino e pesquisa.
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Biblioteca FITS
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Plano Nacional
de Extensão Universitária
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Capítulo 4
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NOGUEIRA,
Maria das Dores Pimentel. Políticas de extensão universitária brasileira. 1
ed. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2005.
A elaboração do Plano Nacional de
Extensão ocorre em uma fase posterior às tentativas do Fórum junto ao MEC
para manter o PROEXTE. A Comissão Nacional de Extensão, reunida em Brasília,
em agosto de 1997, apresenta como uma de suas propostas a elaboração de um
novo programa nacional de extensão das Universidades públicas brasileiras. Essa
proposta passou a chamar-se Programa Universidade Cidadã, que embora
aprovado, não apresentava consistência suficiente para constituir-se como
proposta do Fórum para a extensão nas IES públicas brasileiras.
Foi definida então a elaboração do
Plano Nacional de Extensão Universitária, no XII Encontro do Fórum Nacional
de Pró-Reitores de Extensão, em 1997. Finalmente, em 1999, consegue-se a
publicação do Plano pelo MEC. Esse Plano reafirma a extensão universitária
como processo acadêmico definido e efetivado em função das exigências da
realidade, indispensável na formação do aluno, na qualificação do professor e
no intercâmbio com a sociedade. Dá prioridade às práticas voltadas para o
atendimento de necessidades sociais emergentes, como educação, saúde, habitação,
geração de empregos etc. Assim, tem-se hoje como princípio, que para a
formação do profissional cidadão é imprescindível sua efetiva interação com a
sociedade.
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Palavras-chave: Plano Nacional de Extensão
Universitária, Universidade Cidadã, MEC, necessidades sociais emergentes,
interação com a sociedade;
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Biblioteca FITS
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