De
acordo com Nogueira (2005), as primeiras ações extensionistas no Brasil
surgiram em forma de cursos e de prestação de serviços, por influência inglesa
e americana, respectivamente. É através do modelo europeu que o Brasil
inicia suas atividades extensionistas, onde a antiga Universidade de São Paulo
é apontada como a primeira instituição de ensino superior no país a desenvolver
atividades de extensão. Nessa época de início no Brasil, as camadas populares
praticamente ignoraram as atividades desenvolvidas na Universidade Popular,
pois os temas abordados não eram de interesse da massa, ou seja, não eram
voltados para os problemas vividos no cotidiano dessas pessoas. Após a
publicação do Estatuto das Universidades Brasileiras, Decreto de 1931, ficou
claro que o objetivo da extensão universitária seria beneficiar as pessoas que
não tem acesso à universidade, propagando o conhecimento acadêmico e elevando o
nível da cultura geral do povo. Porém, essas atividades eram exercidas de forma
isolada e dependente do ensino e da pesquisa, limitando-se a divulgação das
pesquisas produzida nas universidades, com um ensino elitista para uma camada
privilegiada da população.
Em
1961, houve a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
onde novamente podemos perceber uma grande distância entre o texto legal e a
prática. Reduzia-se ainda mais a cursos ministrados por docentes e dirigidos à
pessoas que de certa forma já estavam ligadas à essas universidades. Por esses
e outros motivos, a partir da década de 60, estudantes universitários
realizaram intensa atividade extensionista, porém desvinculada das
universidades. A União Nacional de Estudantes (UNE) tinha a proposta de levar
os estudantes a participar de ações sociais nas comunidades carentes,
possibilitando uma reflexão sobre as ações realizadas. (NOGUEIRA, 2005)
Deste modo, com o passar dos
anos, depois de muitos conflitos políticos e ideológicos, a extensão
universitária brasileira foi se modificando e aperfeiçoando-se aos poucos,
criando novas políticas de extensão, sendo elas: Plano de Trabalho de Extensão
Universitária; Programa de Fomento à Extensão Universitária - PROEXTE;
Plano Nacional de Extensão Universitária. Este último Plano reafirma
a extensão universitária como processo acadêmico definido e efetivado em função
das exigências da realidade, indispensável na formação do aluno, na
qualificação do professor e no intercâmbio com a sociedade. Dá prioridade às
práticas voltadas para o atendimento de necessidades sociais emergentes, como
educação, saúde, habitação, geração de empregos etc. Assim, tem-se hoje como
princípio, que para a formação do profissional cidadão é imprescindível sua
efetiva interação com a sociedade. (NOGUEIRA, 2005)
Nenhum comentário:
Postar um comentário